Em plenário, os trabalhadores da SPPM (Sociedade de Pintura e Módulos para Automóveis, fornecedora da Autoeuropa e instalada no parque industrial desta, em Palmela) suspenderam, às 7.15 horas de segunda-feira, a greve que tinham iniciado quinze minutos antes, por terem surgido perspectivas de manutenção dos postos de trabalho ameaçados. A concretização dessas perspectivas deveria ter lugar até hoje, às 14 horas, admitindo o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul que, nesse caso, a paralisação fosse levantada.
O sindicato alertou na semana passada para o risco de despedimento de duas dezenas de trabalhadores da SPPM, que asseguravam a montagem dos depósitos de combustível que a Kautex fornece à Autoeuropa. «Por razões que se desconhecem, as máquinas e o trabalho vão ser deslocados para outra empresa do parque, a Palmetal», relatava a nota de imprensa distribuída dia 20, adiantando que a SPPM pretendia despedir aqueles operários em Dezembro, enquanto a Palmetal se mostrava disponível para admitir apenas alguns e com um salário-base de 520 euros (que na SPPM é de 650 euros). Defendendo que se trata de uma «transmissão de estabelecimento», o sindicato exigiu a manutenção de todos os postos de trabalho, anunciou a greve para dia 26 e avisou que o piquete iria impedir que trabalhadores contratados a recibo verde executassem as funções do pessoal da SPPM.
O problema foi levantado na AR pelos deputados do PCP, num requerimento. A célula do Partido na Autoeuropa, numa nota publicada no seu boletim (www.ofaisca.org), chamou a atenção para a «íntima ligação entre a Autoeuropa e todas as empresas fornecedoras» instaladas no parque.
A perspectiva de uma solução - os trabalhadores que deixam de montar os depósitos na SPPM passarem para a Inapal, que detém 50 por cento do capital daquela - surgiu sexta-feira, como revelou Américo Flor, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos, numa reunião na Inspecção do Trabalho, com representantes das empresas. Esta reunião iria prosseguir terça-feira.